Celebram-se os 200 anos do nascimento de Edgar Allan Poe (1809-1849), escritor, poeta e romancista norte americano. Com Júlio Verne, é considerado percursor da moderna literatura da ficção científica e fantástica. A maior parte da sua obra é denominada de "gótica".
Fernando Pessoa traduziu poemas de Edgar Allan Poe -vejam dois exemplos: o Corvo (the raven) e Annabel Lee em http://www.culturabrasil.pro.br/pessoaepoe.htm.
Para recordar Poe, escutemos o belo poema Annabel Lee. (It was many and many a year ago, In a kingdom by the sea,...Foi há muitos e muitos anos já, Num reino de ao pé do mar...)
ANNABEL LEE *( Edgar Allan Poe)
It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.
I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love- I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.
And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud,
chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.
The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-Yes!- that was the reason
(as all men know, In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.
But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we- Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.
For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so,all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling, my darling, my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.
ANNABEL LEE *(de Edgar Allan Poe, traduzido por Fernando Pessoa) Foi há muitos e muitos anos já,Num reino de ao pé do mar.Como sabeis todos, vivia láAquela que eu soube amar;E vivia sem outro pensamentoQue amar-me e eu a adorar. Eu era criança e ela era criança,Neste reino ao pé do mar;Mas o nosso amor era mais que amor --O meu e o dela a amar;Um amor que os anjos do céu vierama ambos nós invejar. E foi esta a razão por que, há muitos anos,Neste reino ao pé do mar,Um vento saiu duma nuvem, gelandoA linda que eu soube amar;E o seu parente fidalgo veioDe longe a me a tirar,Para a fechar num sepulcroNeste reino ao pé do mar. E os anjos, menos felizes no céu,Ainda a nos invejar...Sim, foi essa a razão (como sabem todos,Neste reino ao pé do mar)Que o vento saiu da nuvem de noiteGelando e matando a que eu soube amar. Mas o nosso amor era mais que o amorDe muitos mais velhos a amar,De muitos de mais meditar,E nem os anjos do céu lá em cima,Nem demónios debaixo do marPoderão separar a minha alma da almaDa linda que eu soube amar. Porque os luares tristonhos só me trazem sonhosDa linda que eu soube amar;E as estrelas nos ares só me lembram olharesDa linda que eu soube amar;E assim 'stou deitado toda a noite ao ladoDo meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,No sepulcro ao pé do mar,Ao pé do murmúrio do mar.
Sem comentários:
Enviar um comentário