segunda-feira, 17 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

OS MEUS LIVROS


 OS MEUS LIVROS

Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.

In: Obras completas. Lisboa: Teorema, 1998, vol. 3, p. 113
Ilustração:" Borges e os seus livros", de autor desconhecido

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

13 de outubro - Apresentação pública do Projeto Educativo do Património de Évora – PEPE

Às 17h30 no Museu de Évora


O objetivo é o de dar a conhecer à comunidade educativa o projeto em causa, os seus objetivos, metas, atividades e calendário, bem como a importância desta temática na estratégia de intervenção do município.

Objetivo geral:
• Promover o património local, como elemento constitutivo da identidade e facilitador do respeito pela alteridade.

Áreas de Intervenção:
• Património Natural;
• Património Humano;
• Património Arquitetónico/ Urbanístico;
• Património Oral;
• Património Artístico.

Duração:
• Cinco anos letivos (início 2011-2012 até 2015-2016)

Ações:
• Concursos;
• Atividades de animação;
• Circuitos patrimoniais;
• Formação;
• Gente com história;
• Histórias (en)caixadas.
Contactos:
Departamento de Intervenção Social e Educação
Câmara Municipal de Évora
Rua Diogo Cão, Ed. de São Pedro
7000 - 872 Évora
Tel.: 266 777 100 / Fax: 266 777 113

domingo, 9 de outubro de 2011

Tomas Tranströmer, Prémio Nobel da Literatura 2011

A ÁRVORE E A NUVEM

Uma árvore anda de aqui para ali sob a chuva,
com pressa, ante nós, derramando-se na cinza.
Leva um recado. Da chuva arranca vida
como um melro ante um jardim de fruta.

Quando a chuva cessa, detém-se a árvore.
Vislumbramo-la direita, quieta em noites claras,
à espera, como nós, do instante
em que flocos de neve floresçam no espaço.
(1962)
Tomas Tranströmer, Prémio Nobel da Literatura 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dia do Professor, hoje e sempre!


"Cada vez me apetece menos classificar os rapazes, dar-lhes notas, pelo que eles "sabiam". Eu não quero (ou dispenso) que eles metam coisas na cabeça; não é para isso que eu dou aulas. O saber - diz o povo - não ocupa lugar; pois muito bem: que eles saibam, mas que o saber não ocupe lugar, porque o que vale, o que importa (e para isso pode o saber contribuir e só contribuir) é que eles se desenvolvam, que eles cresçam, que eles saibam "resolver", que eles possam "perceber". 
 "Outra coisa em que eu tomei, a propósito de palavras, foi no eufemismo. Perceberam. O maroto do Artur, quando eu lembrei que a pessoa a quem morre um parente muito querido diz de preferência que ele faleceu, descobriu logo: "Ah! Por isso é que no jornal nunca vem morrimentos, vem sempre falecimentos"."   
"Se eu não risse era um palerma" diz Sebastião da Gama. "Se eu o mandasse para a rua (há quem faça isso, por causa disto, sim senhor.') era uma dúzia de palermas'
"Eu sou contra a tinta encarnada nos exercícios; notas, emendas ou o que é que tenha que escrever, costumo fazê-lo a lápis, se o exercício está a tinta; e a tinta se o exercício está a lápis. A tinta azul, claro está. Porque a vermelha lembra-me o sangue a escorrer de feridas - e pode dar-se o mesmo, se não em todos os alunos, ao menos em alguns.
E o risco? O risco num trabalho que foi feito, por vezes, com esforço, amor, convicção? Um risco pode equivaler a uma reguada. E na alma, que é onde dói mais; eles não sabem protestar; talvez nem mesmo intimamente eles protestem; mas lá no fundo deles qualquer coisa se desequilibra: ou então acham isso natural - o que é muito pior. MUITO PIOR."
Sebastião da Gama , in Diário 


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pensamento do dia, DIA MUNDIAL DO ANIMAL

«Se recolheres um cão que ande meio morto, podes engordá-lo e não te morderá. Essa é a diferença mais notável que existe entre um cão e um homem»,
Mark Twain

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Em Évora....


São Francisco e o lobo de Gubbio

Andava o povo, assustado,
a fazer a montaria
ao grande lobo esfaimado
que tanto mal lhe fazia.

Elle levava nos dentes
agudos e carniceiros,
os meninos inocentes
que são os alvos cordeiros.

E as pessoas assaltando,
vinha de noite, em segredo,
com seus olhos clamejando,
encher a gente de medo!

Ora, San Francisco era
incapaz de querer mal
mesmo que fôsse a uma fera,
até ao tigre real.

Tinha tão bom coração
que homens e bichos o amavam
e as andorinhas poisavam
na palma da sua mão...

E como elle desejava
que tudo vivesse em paz,
enquanto o povo caçava,
o Santo, o Poeta, que faz?


Procura o lobo cruel,
e tendo-o encontrado enfm,
chamou-o, foi para elle,
sorriu-lhe e falou assim:

«Ó lobo, muito mal fazes
em levar vida tão má!
Mas eu proponho-te as pazes,
e tudo esqueço... Ouve lá:

«Eu sei porque fazes mal,
eu sei o que te consome:
tu és tão mau, afinal,
tu és mau - porque tens fome...

«Pois bons amigos seremos,
para nosso e teu descanso;
e de comer te daremos
para poderes ser manso.

«Promete que has de mudar
de vida, neste momento:
e em sinal de juramento,
alevanta a pata ao ar
e põe-na na minha mão!»

Jurou o lobo. E cumpriu...
Depois, toda a gente o viu
tão mansinho como um cão.

 Afonso Lopes Vieira, in Animaes nossos Amigos (1911).



Na cidade de Gubbio, onde Francisco viveu durante algum tempo, havia um lobo "terrível e feroz, que devorava homens e animais". Francisco teve compaixão pela população local e foi para as colinas achar o lobo. Logo, o medo do animal fez todos os seus companheiros fugirem, mas Francisco continuou e, quando achou o lobo, fez o sinal da cruz e ordenou ao animal para vir até ele e não ferir ninguém. Milagrosamente, o lobo fechou suas mandíbulas e se colocou aos pés de Francisco. "Irmão lobo, você prejudica a muitos nestas paragens e faz um grande mal" disse Francisco. "Todas estas pessoas o acusam e o amaldiçoam. Mas, irmão lobo, eu gostaria de fazer a paz entre você e essas pessoas". Então Francisco conduziu o lobo para a cidade e, cercado pelos cidadãos assustados, fez um pacto entre eles e o lobo. Porque o lobo tinha "feito o mal pela fome", a obrigação da população era alimentar o lobo regularmente e, em retorno, o lobo já não os atacaria ou aos rebanhos deles. Desta maneira Gubbio ficou livre da ameaça do predador.


Todos os anos é comemorado no dia 4 de Outubro o Dia Mundial do Animal

Todos os anos é comemorado no dia 4 de Outubro o Dia Mundial do Animal. O Dia Mundial do Animal tem como objectivo chamar atenção para as espécies em extinção, os maus tratos e exploração dos animais, assim como a importância dos animais para a sociedade.
A comemoração do Dia do Animal nasceu em Áustria, em 1929, em homenagem a São Francisco de Assis (que morreu a 4 de Outubro de 1226), um homem que em vida fazia de tudo para proteger os animais. No dia 4 de Outubro de 1930 foi comemorado pela primeira vez o Dia Mundial do Animal.
A 15 de Outubro de 1978 a UNESCO publicou os direitos dos animais através da aprovação da , proposto pelo Dr. Georges Heuse, secretário-geral do Centro Internacional de Experimentação de Biologia Humana e cientista ilustre.DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO ANIMAL

sábado, 1 de outubro de 2011

Velhos são os trapos!

Requiem de Gabriel Fauré 18:30, Igreja de S. Francisco, Évora

Por ocasião das comemorações do dia Mundial da Música e do Idoso (1 de outubro), a Orquestra da Universidade de Évora e o Coro do departamento de Música interpretam Requiem, de Gabriel Fauré.




Gabriel Fauré (1845-1924) de origem francesa, compôs o seu Requiem em Rém, Op. 48, entre 1887 e 1890, sendo uma das suas obras mais conhecidas. Dos seus 7 movimentos destaca-se a beleza da famosa ária do soprano “Pie Jesu”.

A sua primeira apresentação pública, sob a direcção do seu compositor, foi em 1888, na Igreja... da Madalena, em Paris.

Em 1924, no funeral de Gabriel Fauré, o seu Requiem foi interpretado.

As palavras de Fauré sobre a sua obra:
“O meu Requiem, dizem-me, não exprime o temor da morte. Alguém o chamou de canção de embalar da morte. Mas é assim que sinto a morte: como uma libertação feliz, uma aspiração à felicidade no além, mais do que uma transição dolorosa…

O meu Requiem foi composto para nada… para o prazer, se ouso dizer. Talvez tenha assim, por instinto, procurado fugir aos convénios, já que há muito tempo acompanho ao órgão serviços de enterro! Disso já tive até à cabeça. Quis fazer algo diferente”.