quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aquilino Ribeiro (1885 - 1963)


Escritor português, natural de Carregal de Tabosa, no concelho de Sernancelhe, Beira Alta, região cujas características e personagens-tipo perpassam em várias das suas obras. Segundo o próprio Aquilino, a sua vocação de escritor ter-se-á manifestado desde cedo, quando o professor de português, um velho clérigo, pediu aos seus alunos que escrevessem um diálogo entre uma abelha e um piano. Fascinado pelo tema, Aquilino escreveu um texto saudado pelo professor como uma verdadeira revelação de um escritor.
Autor de contos, novelas, romances, estudos etnográficos, biografias, ensaios, impressões de viagem, literatura infantil e traduções, as suas obras de ficção inspiraram-se, sobretudo na primeira fase, nos ambientes da Beira Alta, onde nasceu, recuperando episódios e tipos da sua infância, sem cair no autobiografismo óbvio. Este mundo rural manifesta-se, nos textos do autor, pleno de força e desenvolvendo-se frequentemente no motivo da oposição entre a vitalidade humana, material e livre, e as forças de opressão, brutalidade e morte.


Das mais de setenta obras escritas pelo autor, destacam-se, para além das já referidas, Jardim das Tormentas (1913), Via Sinuosa, (1918), Terras do Demo (1919), Estrada de Santiago (cujo conto inicial era O Malhadinhas, 1922), Arca de Noé, Terceira Classe (1924, obra de literatura infantil), O Romance da Raposa (1924, também para a infância), Andam Faunos Pelos Bosques (1926), O Homem Que Matou o Diabo (1930), Batalha Sem Fim (1932), Aventura Maravilhosa (1936), Mónica (1939), Volfrâmio (1944), Lápides Partidas (1945), O Malhadinhas (1946), Aldeia (1946), O Arcanjo Negro (1947), Cinco Réis de Gente (1948), Uma Luz ao Longe (1949), Geografia Sentimental (1951), O Homem da Nave (1951), A Casa Grande de Romarigães (1957) e Quando os Lobos Uivam (1958).


O Malhadinhas é a história dum almocreve, multifacetada, contada por ele mesmo, o almocreve, e vista sob vários ângulos humanos, sentimentais, vitais, cómicos, trágicos. À volta desta personagem central giram homens, mulheres, animais, elementos, completando o quadro Homem/Região e dando-lhe uma plenitude vital.

Sabes o que é um almocreve?  Os almocreves eram pessoas que conduziam animais de carga e/ou mercadorias de uma terra para outra em Portugal.

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